Talho
Às vezes quando passeio noite fora
Paro junto a um talho fechado.
Há apenas uma luz acesa lá dentro
Como a luz do condenado que cava o túnel.
O avental pendurado num gancho:
O sangue nele como um mapa
Dos grandes continentes de sangue,
Dos grandes rios e oceanos de sangue.
Há facas que brilham como altares
Numa igreja sombria
Onde trazem aleijados e imbecis
Para serem curados.
Há uma tábua onde ossos são quebrados,
Limpos – um rio seco no seu leito
Onde sou alimentado,
Onde ouço uma voz noite fora.
Charles Simic, «Butcher Shop» de Dismantling the Silence (1971), em Selected Poems: 1963-2003, Londres: Faber and Faber, 1ª edição, 2004, p.3.
Às vezes quando passeio noite fora
Paro junto a um talho fechado.
Há apenas uma luz acesa lá dentro
Como a luz do condenado que cava o túnel.
O avental pendurado num gancho:
O sangue nele como um mapa
Dos grandes continentes de sangue,
Dos grandes rios e oceanos de sangue.
Há facas que brilham como altares
Numa igreja sombria
Onde trazem aleijados e imbecis
Para serem curados.
Há uma tábua onde ossos são quebrados,
Limpos – um rio seco no seu leito
Onde sou alimentado,
Onde ouço uma voz noite fora.
Charles Simic, «Butcher Shop» de Dismantling the Silence (1971), em Selected Poems: 1963-2003, Londres: Faber and Faber, 1ª edição, 2004, p.3.
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