Louis-Ferdinand Céline


«Em todo o nosso passado ridículo descobrimos tanto ridículo, tanta aldrabice, tanta credulidade, que talvez desejássemos acabar de vez com isso de sermos jovens, esperar que a juventude se desprenda, esperar que nos ultrapasse, vê-la ir-se, afastar-se, olhar para toda a sua vaidade, chegar com a mão ao seu vazio, vê-la passar de novo à nossa frente e depois partirmos nós, ficarmos certos de que realmente a juventude se foi e tranquilamente, pelo caminho que é muito nosso, passarmos vagarosamente para o lado de lá do Tempo, e então observarmos como as pessoas e as coisas realmente são.»


em Viagem ao Fim da Noite, tradução de Aníbal Fernandes, Lisboa: Ulisseia, 2010, p. 270.

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