«Talvez seja a idade que surge, traidora, e nos ameaça com o pior. Em nós já não temos música suficiente para fazer dançar a vida, ora aí está. Toda a juventude foi morrer no fim do mundo, num silêncio de verdade. Para onde havemos de sair, pergunto eu, se em nós já não há uma suficiente soma de delírio? A verdade é agonia sem fim. A verdade deste mundo é a morte. Temos de escolher: mentir ou morrer. Eu cá nunca pude matar-me.»
em Viagem ao Fim da Noite, tradução de Aníbal Fernandes, Lisboa: Ulisseia, 2010, pp. 194-195.
em Viagem ao Fim da Noite, tradução de Aníbal Fernandes, Lisboa: Ulisseia, 2010, pp. 194-195.
2 comentários:
Na edição que eu tenho (da mesma editora e tradutor), esse excerto não está escrito da mesma forma, mas antes: «É talvez a idade que surge, traidora, e nos ameaça com o pior. Já não existe dentro de cada um de nós música suficiente para fazer dançar a vida, aí está. Toda a juventude nos abandonou para ir morrer no fim do mundo, num silêncio de verdade. Para onde ir agora, pergunto, depois de não possuirmos em nós a soma bastante de delírio? A verdade é uma agonia sem fim. A verdade deste mundo é a morte. Precisamos escolher: mentir ou morrer. E eu nunca consegui matar-me.»
Caro Luís Filipe Nunes:
Aníbal Fernandes anda a "retraduzir" a Viagem desde o momento em que a traduziu pela primeira vez. As sucessivas edições são sucessivas traduções.
Cumprimentos
Enviar um comentário