Eu cá não ando a brincar, caro Vasco Pulido Valente




Faço fé na citação feita por Eduardo Pitta do artigo de opinião de Vasco Pulido Valente (VPV), pois não comprei o Público de hoje e não encontro o referido artigo disponível online. Como os leitores mais atentos sabem, nutro algum respeito e, posso dizê-lo sem qualquer problema, carinho por VPV. Explico: VPV muitas vezes irrita-me e obriga-me a pensar-me e a pensar este país onde vivo. E para mim isso é suficiente para ler atentamente VPV (recomendo a todos a leitura do livro Esta Ditosa Pátria, Relógio D’Água, 1997). O leitor mais atento sabe que VPV é um provocador nato disfarçado de pessimista e de menino rico mimado a quem nunca faltou nada. Só dessa maneira podemos entender a sua coluna de hoje no Público. Tenho quase a certeza que VPV nunca precisou de “subsídio de férias” nem de férias pagas para gozar férias, mas aposto que nunca terá abdicado dele (do subsídio) enquanto trabalhou. Assim, só entendo esta sua opinião como uma provocação, para não referir aquela em que destaca os feriados, deixando (propositadamente?) de lado o 25 de Abril e o 1º de Maio. É claro que noutras coisas VPV tem razão, ou melhor, eu concordo com ele, nomeadamente: Fechar as fundações e pseudofundações que o Governo sustenta, quer directamente (ou seja, do centro), quer através das câmaras; Pôr um limite legal à despesa do Estado; Regular a banca estrita e rigorosamente; Vender as propriedades do Estado que não servem um interesse nacional evidente (quartéis, prédios, matas, florestas, por aí fora); Vender os submarinos e outro armamento inútil ou excessivo. Quanto às suas outras medidas, não me vou pronunciar, pois não tenho uma opinião formada. O que é certo é que VPV tem a mania (ou será ousadia?) de falar da fome, quando, no fundo, tem a barriga cheia. E isso, como sabemos, é muito fácil.

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