Um poema de Mário Cesariny


elogio do príncipe da dinamarca
coitado do hamlet
assassinado
empurrado
para o sepulcro que é

oculto entre reposteiros
sem paixões
como os ladrões
que lucram trinta dinheiros

coitado do que ele vê
crimes
espectros
correctos

coitado do hamlet

em Manual de Prestidigitação, Lisboa: Assírio & Alvim, 2ª edição (revista), 2005, p. 61.

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