Anarco-comodismo


Quase que prometi a mim próprio: nunca mais aqui volto. O que fazer quando há uma vontade enorme de silêncio, de afastamento? Eu sei que nenhum homem é uma ilha. Mas pode tentar, não? Tarefa ingrata e difícil. É claro que, na realidade, ninguém deseja ser uma ilha. E quem quer ser uma ilha aposto que pensa numa ilha tropical, com gajas por todo o lado, e não um penedo, um ermo. É muito bonito uma pessoa isolar-se e tal. Mas poucos são aqueles que o fazem. E o conforto? Como é? Os livros? A música? A internet? Os amigos? Tudo muito bonito, sim senhor. Nunca fui muito com aquela filosofia do bom-selvagem (se repararem bem, a palavra selvagem continua lá, apesar do bom) e tal. Por exemplo: Thoreau tinha umas ideias porreiras e tal. Mas quem é que se arrisca, nos dias de hoje, a fazer o que ele fez? Podem vir dizer que existem hoje mecanismos opressivos que não existiam no passado, nomeadamente aqueles exercidos por uma sociedade consumista que anula o indivíduo. Que se lixem os mecanismos de opressão! Só são de opressão pelo simples facto de nós lhe darmos uma importância que, no fundo, não têm.

2 comentários:

Valério Cunha disse...

SECA...

No vazio da onda disse...

Parece que as ideias do Thoreau quando postas em prática não correram lá muito bem...