Um poema de Jacques Prévert


Bairro Livre

Pus o boné na gaiola
saí com o pássaro na cabeça
E então
já não se faz a continência
perguntou o comandante
Não
já não se faz a continência
respondeu o pássaro
Ah bem
desculpe julguei que se fazia
disse o comandante
Não há de quê toda a gente pode enganar-se
disse o pássaro.


em Poesia do Século XX, antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena, Porto: Edições ASA, 3ª edição, 2003, p. 324.

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