Leio algures que a Quetzal se prepara para editar um romance inédito de Vergílio Ferreira. Não me surpreende que tal aconteça. Resta saber se a publicação póstuma, de um romance inédito, é com ou sem autorização do autor, isto é, será que o autor deixou expressa, por escrito, a vontade de ver este seu romance publicado postumamente? Se tal não acontece, uma questão se impõe: será legítimo publicar um romance que um determinado autor preferiu não publicar? Não podemos esquecer que Vergílio Ferreira foi um autor bastante produtivo e de um rigor – para com a sua obra – bastante elevado (basta para isso ler algumas das páginas de Conta-Corrente). Não podemos esquecer, também, que foi publicado, há algum tempo, um diário inédito do autor. Verificou-se que não é um diário – na linha de Conta-Corrente – mas sim um simulacro de diário, e por alguma razão Vergílio Ferreira não o publicou em vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário