Aqui, o termoventilador é o que ainda me safa


Gostava de ter uma escrita torrencial. Mas, de facto, não tenho. Tirando aquilo que aqui escrevo – e que pouco ou nada tem de escrita –, não escrevo muito. Há dias em que a escrita surge e não posso fazer nada, mesmo nada, e lá escrevo. No entanto, a maior parte do tempo, passo a olhar para as paredes, a olhar pela janela, a olhar para o pó que se acumula nas estantes e nos livros. E o pior é que nem aproveito para pensar em temas fundamentais como a existência ou não de Deus, a imortalidade da alma, a liberdade, o absurdo do mundo. Preocupo-me mais com coisas como: que roupa irei vestir? o que irá ser o almoço? o jantar? por que razão está tanto frio? por que razão estou sozinho numa vila deserta? por que razão tem de haver uma razão para tudo? será que não é possível viver sem uma razão? será que a razão é razoável? será que a razão existe realmente?

1 comentário:

Unknown disse...

"A realidade é um sítio terrível de suportar mas é o único sítio onde se pode comer um bom bife".

Metáfora da vida de Woody Allen.