Retrato de Rimbaud
Pois comigo na cama é que eu te queria
morder-te os sons visíveis e perversos
e enforcado nos cornos da poesia
esfregar-me nas imagens e nos versos.
Pois comigo na cama é que eu te queria
arco-íris de letras flor de gritos
dançando até ao espasmo da alegria
o apaixonado baile dos malditos.
Pois comigo na cama é que eu te queria
iluminado pelo cio aberto
da bala que se vê não se vigia
parece longe e entanto está tão perto.
em Fotos-Grafias (1970) inserido em Obra Poética, Lisboa: Edições Avante, 3ª edição, 1995, p.266.
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