John Theodore Duncan (1820-1870)


John Theodore Duncan nasceu numa pequena vila escocesa do actual Condado de Dumfries and Galloway no ano de 1780, filho de um abastado agricultor que cedo incutiu no seu filho o gosto pelas letras. Desde muito cedo John Theodore Duncan ouviu o seu pai ler-lhe partes da Bíblia, o que irá influenciar fortemente a sua escrita, nomeadamente os seus últimos poemas. Com a morte do pai, em 1835, herda uma considerável fortuna. Decide matricular-se em Oxford no curso de Medicina, que não termina devido à sua veia boémia. Em 1848 encontra-se em Londres e entra em contacto com John Everett Millais, que o apresenta a Dante Gabriel Rossetti, de quem se torna grande amigo, e supõe-se que amante da irmã deste, a poetisa Christina Rosseti. É Dante Gabriel Rosseti que o ajuda a publicar os primeiros versos, compilados no livro Poems From Another Time (1849), título que remete para o imaginário pré-rafaelita. John Ruskin caracteriza a poesia de John Theodore Duncan como «bastante frágil, mas que consegue, não obstante, atingir alguns momentos de comovente simplicidade. É um dos poucos escritores dignos de nota.». O livro alcança relativo sucesso junto do público. Em 1850 parte novamente numa viagem pela Europa. Entre 1850-1852 visita Itália onde conhece Josefina Giovanni, com quem casa em 1853. Contudo, a relação não é duradoura: John Duncan leva uma vida de boémia, regada a álcool e experiências com opiáceos, ausentando-se de casa durante vários dias. Josefina Giovanni pede o divórcio – que lhe é concedido – e regressa a Itália, onde viria a morrer três anos depois, vítima de tuberculose. Entre 1852 e 1862 John Theodore Duncan publica vários livros de poesia (de onde se destaca A Forgotten Word), peças de teatro e um livro de viagens intitulado In Europe. Em 1862 John Theodore Duncan publica o seu último livro de poemas, Let It Rain, e retira-se para a sua propriedade na Escócia. Considerado por muitos estudioso como a sua melhor obra, Let It Rain revela uma poesia marcada pela infelicidade, onde o poeta exprime, com algum dramatismo, a sua fragilidade enquanto ser humano em luta consigo mesmo. Morre em 1870, depois de oito anos de reclusão voluntária na casa que o viu nascer.

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