Solar


Apesar de ter uma escrita visceral e atormentada, não consigo deixar de considerar Mishima um escritor solar. Não sei se estará relacionado com o facto de só o ler em dias de sol e à beira-mar. O único livro que dele não li à beira-mar e em dias de sol foi Depois do Banquete, livro fortíssimo e bastante diferente do Mishima a que estava habituado. Mishima é, para mim, um escritor solar. É claro que a escrita solar de Mishima é mais semelhante a um clarão, que ofusca e queima, do que à luz tépida do fim da tarde. Quando falo de Mishima também poderia falar de Ícaro. Penso que os dois são em muitos aspectos semelhantes. Poderei estar enganado. Mas continuarei a ler Mishima em dias de sol.

1 comentário:

André disse...

O "Depois do Banquete" é o único - dos que consegui encontrar/comprar - do Yukio que ainda não li... É assim tão diferente...? Quando me passar a fase Agatha Christie, vou tirá-lo da estante...