Marcos 14, 34-36


Os últimos dias tenho passado parte do tempo a (re)ouvir a música de Tori Amos. Ontem o pensamento do dia foi ela e a música Crucify. Quem prestou atenção ao refrão reparou nos versos: Why do we / Crucify ourselves. Que tendência é essa do Homem? Por que razão cada um de nós tem tendência para a crucificação, para a auto-crucificação? Nós próprios muitas vezes dizemos que todos temos uma cruz que carregamos. Esquecemo-nos é da parte em que só a carregamos pelo simples facto de querermos. Ninguém nos obriga a carregar uma cruz. Jesus não foi obrigado a carregar a sua. Foi Sua a opção de a carregar. Ele podia ter rejeitado. Na noite antes, no Monte da Oliveiras, ainda pediu ao Pai para afastar dele “o cálice”*. Foi a sua última tentação – segundo Scorsese.

34 E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai. 35 E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. 36 E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.» Marcos 14, 34-36.

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