Um poema de Jorge Fallorca


Aprendo devagar os lugares que o sono afunda. O turbilhão verde da minha louca infância, como um lugar alto que as estrelas consomem nas constelações da água. Escrevo com os olhos fechados. A escrita é redonda no texto circular. Atenta, a população debruça-se sobre as refeições, como um alquimista bêbado.
Ah, deixem-me passar.
Os textos respiram sobre a mesa. Uma casa explode algures, na
beira alta, como uma morte inteligente dentro da infância.

em Fruta da Época, Lisboa: frenesi, 2001.

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