João Camilo


A Livraria Almedina Estádio deve ser a livraria onde me sinto mais à-vontade entre os livros. O espaço é agradável e funcional. Os livros estão devidamente ordenados nas prateleiras e é fácil encontrar o título desejado. Em Coimbra deve ser a livraria com a melhor secção de poesia. Foi lá que hoje encontrei dois livros de João Camilo: Nunca Mais se Apagam as Imagens (Fenda, 1996) e A Ambição Sublime (Fenda, 2001). O percurso literário de João Camilo tem sido discreto, apesar de ter mais de uma dezena de livros publicados em Portugal. É claro que discreto poderá ser substituído, sem qualquer dificuldade, por esquecido. Razões? As verdadeiras razões em Portugal têm o costume de não existir. No entanto, ao nível da poesia arriscaria uma: a poesia de João Camilo é tudo menos metafórica e imagética. Poderá ser esta uma razão? Talvez. Alguns poderão apontar o facto de João Camilo há muito estar fora deste país, o que será, do meu ponto de vista, uma falsa razão, principalmente nos dias de hoje. Mas os livros de João Camilo continuam ainda por aí: lembro O som atinge o cimo das montanhas (OVNI, 2007) e a organização de uma antologia de contos de Machado de Assis: O Alienista e Outras Raridades (OVNI, 2008).

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