Em dois mil e quatro conheci pessoalmente o Henrique no lançamento do livro Gastar Palavras de Paulo Kellerman. Na altura já tinha o Insónia, mas eu já o lia desde o tempo dos Universos Desfeitos. Nessa altura eu tinha um blogue chamado Limites de Luz que depois se extinguiu e deu origem ao meia-noite todo o dia. Trocámos algumas palavras e aperto de mão afectuoso. Depois cada um seguiu o seu caminho, até que nos cruzamos outra vez no lançamento das suas Estórias Domésticas em Leiria. Nova troca de palavras. E no ano passado sou colocado na Benedita, que fica perto das Caldas da Rainha. Estive várias vezes com ele. Conheci a Ana, a Matilde e a Beatriz. O sótão onde o Henrique lê, pensa, escreve, pensa, lê, ouve música, pensa, pensa, pensa. E este é talvez o seu maior crime: pensa. E como ser que pensa causa desconforto a alguns burgessos que ainda se sentem ameaçados por seres pensantes, por seres que tentam com todas as suas forças recusar a canga que nos põe todos os dias ao pescoço. O Henrique é uma dessas pessoas. Deste lado da amizade eu só posso respeitar a decisão do Henrique em terminar com o Insónia. Respeitar e compreender. Que outra coisa posso fazer? Deste lado da amizade um forte abraço, amigo.
Deste lado da amizade
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7 comentários:
Tem o seu quê de piada a palavra "burgesso" na sua boca para qualificar outrém. Não há espelhos em sua casa? E vergonha na cara?
caro anónimo: muito obrigado pelo seu muito precioso comentário. vejo que se identificou com essa passagem.
Tanto quanto o incauto transeunte se identifica com as imponderabilidades que se lhe colam aos sapatos.
poderá ser, caro anónimo. mas duvido que o senhor seja um "incauto transeunte" nesta morada. talvez um dia, quando for a coimbra, o convide para um café. podemos discutir estas e outras questões. o que me diz?
Digo-lhe que escolho as pessoas com quem tomo café.
Manel, como é que tens andado, tudo bem contigo? O "meia Noite..." está bom e recomenda-se pelo que leio, o Zé Manel (de EVT) vem cá e não se cansa de elogia-lo.
Um abraço.
Paulo Costa
caro anónimo: também eu. mas o convite fica feito, caso o caríssimo anónimo decida um dia revelar-se.
paulo: eu vou indo. manda um abraço ao Zé Manuel. ou caso estejas a ler este comentário, Zé Manuel: abraço.
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