Casas sem sentido



O sentido não engana: não existe!
Poesia e lama trocam as voltas
às camas vazias do quarto crescente.
faz de conta, faz-se tarde
para te saber no desastre quando
dizíamos adeus à pele
só para os mais mortos agarrados
à pele. Serviam-se uns dos outros.
Zonas demarcadas de nada, uma porta
escancarada à margem sul do coração.


Rui Baião (textos) e Paulo Nozolino (fotografias), Nuez, Frenesi: Lisboa, 2003, p.36.

Sem comentários: