Que deve um homem fazer
quando lá fora chove
e o tempo é apenas
a lisura do tampo
da mesa onde apoia
os braços, onde a mão
procura a caneta?

Algures no caminho
ficou a noite escura,
uma veia entupida
pelo pó dos dias,
pelas noites mal dormidas,
pelo carro que decide
de manhã não arrancar
e são oito horas e
estás outra vez atrasado
para o emprego.

Mas não te preocupes:
ainda tens o teu cinismo.

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