Penso, em seguida, num sheriff a entrar, resoluto, num saloon e a exclamar em tom de tiro, como quem já não distingue a garganta do gatilho:
“Mãos ao ar!”
E o cowbuoykowsky responder, resoluto, e até reverente, à ordem do agente da autoridade.
Fixo-me nas mãos do maldito.
E vejo:
um polegar pendido para baixo, a condenar a ordem natural das coisas com inflexibilidade de César,
um indicador esticado, bem esticado, habituado ao gesto dito feio de apontar o que é feio,
um dedo do meio, erguido e erecto como se quer um manguito,
um anelar a não fazer jus ao nome de baptismo, pela recusa ao absurdo que representa a aliança com o alheio,
um mindinho com uma ponta de cera ou um macaco nasal.
Não é o futuro, meus magos de merda, que está escrito nas mãos, mas sim o passado e o presente de um homem, o seu património pessoal e inalienável.
Sem comentários:
Enviar um comentário