Lí por aí


«Sinto-me tentado a dizer que, tal como Álvaro de Campos, também eu “pertenço a um género de portugueses que depois de estar a Índia descoberta ficaram sem trabalho”. Mas seria mentira. Descoberta a Índia e o Brasil (e eu gostaria mais de ter descoberto o Brasil, talvez porque foi obra do acaso e sem nenhum interesse), a penincilina e a divisão dos átomos, eu continuo a ter um emprego e a ter trabalho: o trabalho que dá ser português num tempo em que ser português não tem interesse absolutamente nenhum.»

Manuel Jorge Marmelo, em Teatro Anatómico

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom. Esta foi bem pescada.

António Lopes disse...

Estou a gostar de descobrir a escrita de Jorge Marmelo. Agradecido pelo empréstimo do livro:) abraço.