A vida puta


O que mais admiro em Charles Bukowski não é a crueza da sua escrita, ou a figura embriagada a ler os seus poemas em voz alta. O que mais admiro em Charles Bukowski é a sua capacidade de escrita. Charles Bukowski escreveu todos os dias, a todas as horas. Escrevia como se não soubesse fazer outra coisa. E escreveu sobre aquilo que tinha mais à mão: a Vida. A Vida, a vidinha, a de todos os dias, da unha encravada no dedo grande do pé, da dor de costas, do catarro, do mijar, cagar, foder, dormir, ressacar. Aquela que interessa. A vida puta. Como só ela sabe ser.

1 comentário:

MJLF disse...

Pois a puta da vida era a sua paixão, a escrita é a prova disso!
Maria João