Ó da Guarda!
Retrato
comecemos pela ternura das mãos
pela minúcia dos dedos
pelas magnólias verdes dos teus olhos castanhos
contemplemos todas as batalhas
efémeras que perdeste
e os arroios que então se abriram
na espessura do teu corpo
e a boca lavrada pela sede incessante
e a glória da voz em vitral lento
consideremos também o teu nome
e para ele haverá que achar metáforas
estrelas em céu de agosto
por fim busquemos no fundo
da memória a chave
para o texto que ainda não decifrámos
enquanto isso
a ninguém direi dos pássaros
que moram na tua cintura
Soledade Santos: nasceu em 1957 no Sabugal, Guarda. Participou na colectânea 4 Poetas da Net, Edições 7 Sílabas, 2002. Pode ser encontrada no blog Nocturno com Gatos.
1 comentário:
"ó da guarda", Manuel?! Gosto do marcador :)
Obrigada pela tua gentileza
Um beijo
Soledade
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