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Ninguém com juízo gosta de trabalhar. Sempre o disse: quem inventou o trabalho foi, de certeza, o primeiro patrão. E, quando falo em trabalho, falo naquilo que nos obrigam fazer para nos mantermos à tona, na sob(re)vida. E cada vez mais sinto que o trabalho ocupa a maior parte do meu tempo, deixando-me muito, muito pouco para tudo o resto. Depois de um dia de trabalho são raras as vezes que consigo pegar num livro e lê-lo com atenção. São raras as vezes que consigo estar concentrado. Os olhos pesam. Os ossos doem. E só me apetece ficar frente à televisão até adormecer, o que raramente acontece.
     O trabalho é, sem dúvida alguma, a maior forma de opressão. E a mais legal também. Somos oprimidos por um salário que nunca é justo. E tudo para comprar o "necessário" carro, a "necessária" casa; para pagar os "necessários" impostos. Para pagar o necessário tempo-livre.
     

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