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Vamos por partes:
1° O regulamento do Prémio Oceanos prevê prémios para os quatro primeiros;
2° Para estar a concurso é preciso estar inscrito. É necessário ter havido uma inscrição, seja pela editora, ou pelo(a) autor(a). Partimos do pressuposto que a editora, caso tenho inscrito um livro, avise o(a) autor(a).
3° Quem se inscreve é livre de o fazer. Partimos do pressuposto que conhece o regulamento, em todos os seus pontos.
Assim, não se percebe a recusa de Maria Teresa Horta. Ou, então, sim, pois num país como o nosso, onde os prémios "oficiais" se encontram reservados, é difícil para alguns autores ficar noutro lugar que não seja o primeiro. Principalmente quando se acaba de ganhar o prémio da SPA, para o livro em questão, e se fala no nome da autora para o Camões.
Poderemos, ou não, ter simpatia pela atitude da autora. Pois penso que se resume a isso: a uma questão de simpatia. Mas, se assim for, temos que explicar a nossa simpatia, ou falta dela.
A atitude da autora não me é simpática, pois considero que a mesma é uma falta de respeito para com os outros autores a concurso, e para com os vencedores. É um gesto de puro e simples pedantismo. Se Maria Teresa Horta recusasse o primeiro prémio: a minha simpatia seria outra. Bem como as questões que me surgem. Assim: não.
Há, ainda, a declaração que a autora fez, onde não se descortina qualquer outra razão que não seja pedantismo e falta de humildade. Poderiam existir razões de ordem política ou coisa parecida. Só que na declaração de Maria Teresa Horta nada disso se lê. Apenas se lê que a recusa é feita «por respeito pela Literatura, por respeito pelas minhas leitoras e os meus leitores, e sobretudo pelo respeito que devo a mim própria e à minha já longa obra.». E, quanto a mim, está tudo dito.

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