1. J. Rentes de Carvalho disse que irá votar no candidato da
extrema-direita holandesa. O seu voto terá a forma de protesto. O Senhor lá
terá as razões dele, que respeito. No entanto, não posso deixar de considerar
que são uma imbecilidade de primeira apanha. Já outra coisa é cruxificar o
autor e os seus livros, apenas por ter expressado uma opinião política, que não
irá ao encontro da maior parte dos leitores, ou das pessoas com um pouco de
senso-comum. Mas talvez esses mesmos leitores leiam Céline ou Mishima, elogiando-lhes
a escrita e a verve, esquecendo que estes dois autores estão, cada um à sua maneira,
conotados com a extrema-direita. Deixam de ser grandes autores? É a velha
questão. Mais digo: nunca li um único livro de J. Rentes de Carvalho. A sua
prosa não me interessa (já não me interessava na extinta Periférica). Assim, não sei dizer se ele é um bom ou um mau
escritor. Apenas sei dizer que não vou ao encontro das suas declarações políticas,
enquanto cidadão. A literatura, neste caso, não entra na equação.
2. A confusão gerada com a conferência de Jaime Nogueira Pinto só veio
provar uma coisa: os fascistas andam por aí e andam com fome e sede. Tínhamos o
PNR. Agora temos a Nova Portugalidade. O seu líder, o senhor Rafael Pinto Borges,
escreveu no dia 1 de Fevereiro de 2017: «Passo a passo, documento a documento,
Trump vai tornando o mundo mais limpo». E penso que tudo está dito em relação a
este senhor. Limpinho, limpinho.
1 comentário:
Pelo que li dele, é um grande autor.
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