Livros (143)



«A história das liberdades concedidas ao homem nunca deixou de se confundir, até agora, com a história das liberdades concedidas pelo homem à economia» (p. 7). Começa assim este livro e é a principal crítica que lhe faço: quase tudo é reduzido à visão económica que o autor tem da sociedade, onde tudo é uma troca mercantil, despindo o ser humano de qualquer tipo de emoções ou caprichos. No entanto, Vaneigem não deixa de ter razão quando explora a expressão time is money, principalmente quando a associa ao conceito do "tempo livre". Para o autor este conceito não deveria existir. Ele serve apenas para mercantilizar o próprio conceito: o "tempo livre" mais não é do que um subterfúgio para retirar ao trabalhador o tempo que, na realidade, não deveria ser livre; isto é, o trabalhador se tivesse efectivamente tempo livre não necessitaria de "tempo livre". Vaneigem afirma mesmo que "férias pagas", por mais justas que possam ser, mais não são do que uma maneira de manter o trabalhador "fiel" ao próprio trabalho. Para o autor: «O homem que não dispõe de 90% do seu tempo é um escravo» (p. 53).  

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