(...)


Ontem, à noite, o vento soprou forte. Assobiou. Enquanto lia Graham Greene (companhia destes dias), o trio de Marc Copland soava. O gato, esse, repousava ao fundo da cama, no lugar que tomou como seu. Lia Greene e pensava "a tua individualidade, o teu sentido do mundo, ainda vai dar cabo de ti; ou daqueles que à tua volta estão". Às vezes dá-me para ser um pessimista exagerado, sem luz ao fundo do túnel. E quando há luz (como é costume dizer): é um comboio. O pessimismo como forma de vida nunca me atraiu. No entanto, tampouco o optimismo. Pelo menos o optimismo que nos querem vender supostos mind trainers "especializados" em mind coaching, ou em algo que os valha. Concluo, por vezes, que não devem viver no mesmo mundo que eu. Vivendo: vêem-no, sem dúvida, de uma diferente perspectiva. Porque na verdade tudo se resume à perspectiva. A minha tento que seja de frente; e não de lado, de costas, de cócoras, de cabeça pró ar, etc. e tal. De frente dá-me mais jeito. 

Sem comentários: