Duas pequenas notas e não volto mais a estes assuntos (14)


1. O camarada Arnaldo Matos escreveu um editorial (no Luta Popular) cujo título é Resistência não é Terrorismo. Até aqui tudo bem. É a sua visão da coisa. Se pensarmos na Resistência Francesa, podemos concluir: não é terrorismo. Mas também podemos pensar: “depende do lado em que estamos”: o que nos levaria a uma conversa muito longa. No entanto, tudo muda quando o camarada Arnaldo Matos diz: «os actos de resistência dos povos explorados, oprimidos e agredidos não são actos terroristas; são actos legítimos de guerra, sejam praticados na frente de combate, se houver frente de combate, sejam praticados no interior do país imperialista agressor, como sucedeu nos ataques levados a cabo em Nova Iorque e em Washington, em Paris, em Londres, em Madrid ou em qualquer outro lugar onde o imperialismo possa ser atacado pelos povos agredidos, como ocorreu anteontem em Nice.» (o sublinhado é da minha responsabilidade). Considerar como um acto de resistência o atentado de Nice, ou todos os outros referidos, é pura e simplesmente uma grande irresponsabilidade. Ou, então, uma grande imbecilidade. Mesmo para alguém que pediu morte aos traidores.

2. A Turquia de Erdoğan suspendeu a Convenção dos Direitos Humanos. As convenções são como os dias mundiais disto e daquilo: parecem coisas demasiado óbvias para serem convencionadas ou para serem relembradas no calendário. Mas, verdade seja dita, ainda bem que existem, pois anda por aí gente muito esquecida. A Turquia de Erdoğan suspendeu algo que há muito estava em causa naquele país. Se dúvidas havia em relação a Erdoğan, todas elas ficam agora desfeitas.

1 comentário:

Anónimo disse...

O camarada Arnaldo Matos escreve imbecilidades desde o longínquo PREC (ou talvez antes). Nesses tempos, devia ser levado a sério, e tinha uma missão a cumprir. Agora, vá-se lá saber ... Manuel Filipe.