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Continuo a leitura de Páginas de Ruben A.. Entrei hoje no volume IV. O leitor português é muito avesso à leitura de diários, ou autobiografias. A bem da verdade: os autores portugueses também são avessos à escrita de diários e autobiografias, exceptuando Vergílio Ferreira e Miguel Torga (que têm no diário grande parte da sua obra), ou Maria Gabriela Llansol (alguns dos seus livros são paradiarísticos), ou Marcello Duarte Mathias. Outros exemplos poderão surgir (é ler Máscaras de Narciso, de Clara Rocha). O diário enquanto género literário não desperta tanto interesse como a poesia ou o romance. Talvez esteja relacionado com a falta de mediatismo. Os seis volumes de Páginas de Ruben A. são, talvez, os mais ignorados. E é pena. Neles encontramos um escritor com E. Neles encontramos um escritor esquecido. Com E, também.

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