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Agora que me livrei de mais um livro de poemas (não digo de poesia para não ferir os mais empedernidos defensores do sublime),  encontro-me numa espécie de terra de ninguém. E é sempre o mesmo sentimento, a par com aquele outro: ser a última vez; ser o último. É claro que isto não é uma atitude à-Lobo Antunes (que anda há anos a prometer o último livro e não cumpre a promessa, sendo um bem que nos fazia). É mesmo a certeza que pouco, ou muito pouco, tenho ainda para dizer. E o pouco que ainda possa ter para dizer, nada irá acrescentar àquilo que, até agora, disse.

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