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Enquanto escrevo estas linhas ouço Beirute, de Ibrahim Maalouf. É uma música terrivelmente melancólica. Arriscaria, até, a dizer que é uma música terrivelmente triste. A Beirute de Ibrahim Maalouf é a Beirute que eu imagino: uma cidade dividida entre duas culturas, entre dois mundos. Uma cidade com uma luz incrível (é assim que a imagino, pois nunca a Beirute fui). Uma cidade à beira de uma Mar que, deste lado do mundo, nos atrevemos, durante séculos, a chamar de Nostrum. E esse tem sido o grande problema: tudo, deste lado do mundo, é nostrum. Mas Beirute continuará sempre a ser Beirute: seja nos mapas, seja na trompete de Ibrahim Maalouf.

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