A propósito do "artigo" de Laurinda Alves e da sua
"ideia" de «entre-projectos» (e para que não existam quaisquer
dúvidas sobre o que penso do referido “texto”), relembro:
Que a mistificação se tornou absolutamente
instrumental para os detentores do poder, é algo que se pode aquilatar pelo
progresso do eufemismo nos meios de comunicação social. Assim, e a título de
exemplo, não é por acaso que hoje se pretende chamar «colaborador» ao
trabalhador, que ao corte de salários e à apropriação privada de bens públicos
se chama «reforma estrutural», que à resistência anti-colonialista se chama
«terrorismo» e ao terrorismo de Estado «libertação», que se chama «democracia»
à oligarquia e «lobbying» ao tráfico de influências.
José Miguel Silva, «Divagações sobre o futuro da literatura numa era
da ignorância programada e pré-apocalíptica», em Cão Celeste, Abril de 2012, p. 46.
1 comentário:
Muito bem.
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