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Para mim está aberta a época oficial das alergias (não confundir com alegrias). Basta vir um pouco de sol, o tempo secar e as plantas ficam todas malucas. E eu começo a sofrer de espirros, comichão nos olhos (uso lentes de contacto para um look mais retro, pois, a bem da verdade, a "moda" agora é usar óculos, e com as lentes é mais complicado coçar os olhos [eu sei que é só com os cotovelos], ou colocar umas gotas que me livrem da comichão) e corrimento* nasal. Agora é esperar pela hora do almoço e dar ali um salto à farmácia, comprar o comprimido útil correspondente e pronto.



*corrimento: ora aí está uma palavra bem bonita e bastante menosprezada pelos escritores, intelectuais e políticos portugueses. Existe a intertextualidade poética e a polifonia no romance, o não é líquido na voz de Pacheco Pereira, a asfixia democrática e económica, mas não há nada que envolva a palavra corrimento. Não compreendo.

1 comentário:

bea disse...

Não há nada que envolva a palavra corrimento?! Ora esta.

Não há nada como?! na tv? nos comentadores? Hummm...o corrimento é assim uma coisa meia de bodega (em português e não em espanhol), um bocadinho nojenta, vá (seja proveniente de onde for). Claro que há maior pejo em usá-la. Senão vejamos: Intertextualidade, é airoso; não é líquido, é um termo a cintar, meio elegante, uma espécie de marcador da silhueta, não mais; polifonia lembra rádios e vozes diversas à conversa; da asfixia democrática a maioria sofre os sintomas e é uma falta de ar desgraçada;

Pois é, pois é, a primavera desata as flores e elas assim livres são beleza perigosa para as alergias que nos habitam.

Não há bela sem senão.

E que o comprimido já tenha actuado:))