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Com a greve do metro tive de andar de autocarro, experiência que não tinha desde os idos de 98, quando depois de uma noite de copos no Bairro Alto tinha que fazer o percurso a pé até Entre Campos, para aí apanhar o último autocarro para Odivelas. Como seria de esperar os autocarros andaram, todo o dia, cheios. No regresso, e depois de apanhar o 736 no Rossio, tive de sair no Campo Grande, pois não aguentei tanto nervosismo num lugar tão exíguo, e fazer o resto do percurso a pé. Mas ainda tive tempo para uma paragem de reabastecimento: prego e cerveja. Só que escolhi, talvez, o local mais deprimente de toda a cidade. Um lugar (não digo tasca, pois seria ofensa para as tascas) onde passavam versões reggae dos últimos êxitos pop (já tinha ouvido versões bossa nova, mas nunca reggae). Ao meu lado, alguém, como eu, bebia uma cerveja e comia couratos, ou algo parecido, enquanto olhava absorto para a televisão, lambendo, de quando em vez, os dedos besuntados. Comi o prego (sofrível), bebi a cerveja (fresca) e fiz-me ao caminho.

1 comentário:

bea disse...

Um dia sem o metro em Lisboa é um azar daqueles. Atrasa tudo. E indispõe.