Mário Cesariny




Começa a ser uma repetição em mim: cheguei tarde, mas a horas, a vários poetas. Cesariny não é excepção. A sua poesia chegou-me através do projecto Os Poetas, a que tive acesso na Biblioteca Municipal de Manteigas, lá nos idos de 98. E havia um navio de espelhos na Guarda, que era um bar que eu muito frequentava. Depois, só mais tarde, comprei os primeiros livros. Pena Capital é livro quase de cabeceira. E, no outro dia, alguém me lembrou os seguintes versos: e como diz no telhado Jean-Arthur Rimbaud/já não se ouve nada    o tacto desapareceu/ainda somos nós o tesouro violento/com todas as formas de nuvem e de barco secreto/apenas esperamos/ninguém pode dizer que não nos vê/sentados a conversar com o leão de Nemeia/eu procuro do lado dos quarteirões desertos/tu pareces a igreja de S. Domingos a arder*. E pouco há mais a dizer depois disto.


* em Pena Capital, 3ª edição, aumentada, Lisboa: Assírio & Alvim, 2004, p. 96.

2 comentários:

hmbf disse...

'tás a brincar?! eu já lia o cesariny quando 'tava nos colhões do meu pai.


p.s.: fuck de robô

manuel a. domingos disse...

não 'tou a brincar
sempre fui muito atrasado nestas como noutras coisas
forte abraço