Discos pedidos (137)




Existem palavras que, na minha cabeça, ganham a força de uma avalanche. Contra elas, contra ela, pouco, ou nada, posso fazer. À porta do café, um ser magro de lábios gretados e pele macerada, pela calçada da rua, pergunta-me se lhe pago o café. Digo que sim e estico a irremediável moeda. Digo: irremediável: pois acredito que não cobrirá o que lhe falta para a dose de café. Ele olha para mim com olhos baços e não vejo neles cansaços, antes derrota. A minha. 

Sem comentários: