Bolachas de Manteiga Dinamarquesas



Havia uma sala onde a luz do sol entrava ao meio da tarde. Quando a janela estava aberta podíamos ouvir a água no tanque do vizinho e o ribeiro lá ao fundo. Às vezes ouvia-se a rádio. Outras: ouvia-se alguém ler o jornal em voz alta: Amigo da Verdade. E havia sempre, ou quase sempre, bolachas de manteiga dinamarquesas: ou caixa azul ou caixa vermelha. São, por assim dizer, as minhas madalenas de Proust.