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Só a partir das dez da manhã é que começo a receber os primeiros e-mails. Costumam ser propostas aliciantes de trabalho, que eu recuso sem pensar duas vezes, pois, na realidade, sempre desejei um emprego. Há, também, comentários de anónimos, que eu modero (ou como dirão os mais libertários: censuro). Costumam ser comentários corajosos sobre a minha pessoa, ou sobre terceiros e, às vezes, até sobre quartos de pensões baratas. Mas é só mesmo a partir das dez da manhã que tudo isto costuma acontecer. E ainda só vou no segundo café.

2 comentários:

Jorge Melícias disse...

É preciso boa vontade, caro Manuel. Olha, eu, por exemplo, proponho-me sempre um exercício no que a estas coisas de poesia diz respeito: imagino que estou a comprar rifas para um leilão de beneficência. Daí a explodir com a quermesse é um saltinho.

bea disse...

...e quantos toma? (se não é demasiada indiscrição)

Pois...não sei, mas a poesia é uma coisa que, sem ser coisa, faz imensa falta. Nos falta. Mesmo quando não sabemos que falta, continua a faltar.

E pode crer, na sociedade portuguesa o espírito poético está em débito.

Bons cafés! E um dia solar