50 livros + 34




Sião trouxe-me nomes: Manuel Fernando Gonçalves, José Amaro Dionísio, R. Lino, Nuno Guimarães, entres outros. Entre esses outros: José Dias de Souza. O excerto reproduzido nessa antologia abriu-me o apetite para procurar o livro. No Verão passado encontrei-o, li-o e ficou-me: Os dias foram mais passando (nunca mais a hora dos milagres, perder o juízo e ser logo santo, longe de castas devoções, oferendas, peregrinações, mezinhas) e as minhas mãos sempre vazias das mais doces alegrias ou deboches que o céu sempre guarda para meninos mais bonitos; e eu era um deles: dizia-mo a catequista em cada hora de devoção ao exibir-me perante um minúsculo rebanho que arrulhava pior do que eu. (p. 17). Isto é apenas o início do primeiro parágrafo do primeiro capítulo. Depois, mais à frente, eis que: Descíamos as calças e logo olhávamos, com mãos ágeis o outro, como os galegos; murmúrios de um gozo senão os mais caseiros rejeitava todos os outros medos. Antecipávamos o povoar dos nossos sexos, querendo-os mais cobertos do que os dos homens que mergulhavam grossas pernas no vinho que os havia de embebedar no ano seguinte; e nesse esconderijo de ignomínia, com a mão já cansada de esfregar, emudecíamos no pressentimento de um ruído humano, querendo, muitas vezes, repartir aquele jogo: um ia-lhe pela frente, o outro por detrás, e ambos ficávamos servidos e contentes e ela duplamente; e havíamos de passar o resto da tarde às voltas com uma martirizada redacção sobre a Páscoa e uma conta de dividir. (p. 66). E por aí em diante. 

1 comentário: