Passing cars, surprising comfort
Stina Nordenstam
São sete e quarenta da tarde.
Decido sair do quarto. Começa a ficar apertado e nem a marquise lhe dá a
extensão tão apregoada e louvada. Na rua um forte vento sopra. Frio e vindo do
norte, como uma espécie de bafio. Começo a andar. Carros e corpos passam por
mim. Continuo a caminhada e, sem dar por isso, estou no Campo Grande e depois Entre
Campos e Campo Pequeno e mais à frente Saldanha. E é aqui que reparo, pela
primeira vez, que o quarto já não está assim tão perto. Ainda desço
numa boca de metro, mas depois penso — quem chegou até aqui também consegue
voltar para trás — e volto a subir as escadas e a olhar a avenida de frente.
Olho para o relógio: são nove da noite.
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