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Disse a mim mesmo que nunca mais traria a este lugar questões de ordem política. Não o irei fazer hoje. Quanto a questões de estupidez humana, abro todos os dias uma excepção — começando pela minha. O artigo, assinado pelo Senhor Manuel Catarino, revela o quão mesquinho pode ser o "jornalismo" luso. Digo "jornalismo" luso, porque é o único que realmente conheço. Os dois primeiros parágrafos do "artigo" (e desculpem o excessivo uso de aspas, mas não tenho outra hipótese) são de um mau-gosto imbecil e não é necessário qualquer outro comentário. Os restantes parágrafos, onde o uso excessivo de diminutivos revela o tom "sério" do "artigo", recuso-me a comentar. No entanto, o último parágrafo — onde o Senhor Manuel Catarino tem o desplante de comparar a vida de reclusão com algo parecido a um retiro espiritual — é a cereja em cima do bolo de verborreia do prezado "jornalista". Fui, durante um ano lectivo, professor no Estabelecimento Prisional de Caxias. Tive um contacto directo e privilegiado com a comunidade do referido Estabelecimento. Retiro espiritual foi uma expressão que nunca me passou pela cabeça utilizar para caracterizar a vida das pessoas que todos os dias entravam numa sala para aprender ou Português ou Inglês. Não sei como será no Estabelecimento Prisional de Évora, embora devam existir diferenças substanciais. Todavia, generalizar — como fez o Senhor Manuel Catarino — e recorrer a comparações estapafúrdias é, no mínimo, uma grande irresponsabilidade. Talvez a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais possa oferecer ao Senhor Manuel Catarino uma experiência de vida de reclusão, digo, retiro espiritual.

2 comentários:

hmbf disse...

não vou ler o artigo. está tudo dito. país de pacóvios. ainda ontem via jornalistas a fazerem a defesa do jornalismo. limpem o cu a esta merda.

manuel a. domingos disse...

isto, resumindo, não é jornalismo: é destilar ódio, ou ser parvo e dizê-lo em letra de forma