© João Merrinha (1987) |
Passados 27 anos: dou por mim a abrir a caixa de correio electrónico e fico a saber que irei fazer um a substituição, por doença, para Pardilhó. Serão 15 horas lectivas. O contrato terá duração de um mês, mas nestas coisas nunca sabemos. Quando li o nome Pardilhó, lembrei logo aquele poema de Assis Pacheco:
Lugar
da Igreja, Pardilhó
O
vento no castanheiro da Índia
a
dançaneve das borboletas
as
mãos da tarde apertam a aldeia
que
desfalece num arrepio
só
o cão do vzuelano ladra ladra
contra
a golilha de ferro*
O
poema tem data de 1982. Um ano depois eu entrava para a então
designada Escola Primária. Agora, irei, de novo, apresentar-me. Ver se
me cruzo com a sombra do Poeta pelas ruas.
*Fernando Assis Pacheco, A Musa Irregular, Lisboa: Assírio & Alvim, 2006, p. 235.
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