Manuel de Freitas


Iluminar o mundo — com palavras,
velas, algum vinho.
Dito assim, quase parece simples.

Mas chovia muito e resguardou-se
cada um na sua tão pequena chama
ou numa cómoda e fria indiferença.

Talvez fosse de esperar. As velas,
porém, continuaram a arder,
Enquanto cinco rostos se reflectiam na parede

e a poesia era, de novo, a única luz.



em Ubi Sunt, Lisboa: Averno, 2014, p. 33.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas que grande poema. Merecia mesmo uma recensão palavrosa, semelhante àquelas que se encomendam aos críticos guerreiros cá do reino, mas tenho mesmo de ir fazer uma necessidade básica :)

manuel a. domingos disse...

caro Anónimo:

muito obrigado pelo seu mui precioso comentário.

Já cá faltava.

Volte sempre.

Com os melhores cumprimentos