Devemos a
Walter Benjamin o aforismo: «Ser feliz é poder tomar consciência de si próprio
sem temor.» De onde vem a disposição para temor em nós? Creio que é a sombra do
moralismo e do Não que, em conjunto, paralisam a capacidade de felicidade. Onde
há moralismo, há necessariamente temor ― como espírito da recusa de si ― e o
temor exclui felicidade. Não sabe a moral sempre, através de mil e uma ideias
fixas, como o mundo e nós deveríamos ser e não somos? A longo prazo, o
moralismo, mesmo de esquerda, produz efeitos convulsivos e não realistas.
em Crítica da Razão Cínica,
tradução de Manuel Resende, Lisboa: Relógio D’Água, 2011, pp. 176-177.
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