50 livros que os meus amigos devem ler para ficarem a conhecer melhor a minha pessoa e confirmarem que me armo ao pingarelho (29)




Lembro-me de ver o filme primeiro. E lembro-me que foi um filme que, na altura, me disse muito. Eu, na minha rua (há sempre "a minha rua") e com os da minha rua, brincava muito. Tínhamos uma rua larga, com muito quintal à volta. É claro que poucos eram aqueles que gostavam de nos ver no quintal deles. Mas isso é outra história. A verdade é que criámos mundos. Mundos que eram para nós tão verdadeiros como o mundo em que vivíamos. Como a rua em que corríamos. Havia o líder (nunca o fui [e não me estou a armar em coitadinho]), havia os capitães, os tenentes, os sargentos e os soldados. Lembro-me que passávamos horas a construir cabanas, esconderijos. Passávamos horas a decidir o que fazer, para depois tudo ser feito num instante. Havia alguma inocência nisto tudo. Mas nem tudo era bom e belo. Havia alguma maldade. Aquela que todos nós temos dentro de nós e que muitas vezes salta cá para fora. Eram assim os dias. Só mais tarde li o livro.

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