Álvaro de Campos


Mão amiga apresentou-me ao Senhor. Li os seus poemas (ou poesias?) numa altura em que o mundo parecia estar decidido em me tramar (e não, não andava a ouvir Rui Veloso; eram outras as músicas). Li-o durante umas férias de Verão. Em duas noites, se não me falha a memória. É claro que fiquei de boca aberta. Habituado que andava a românticos e ultra-românticos, aquilo bateu-me com uma força enorme. Regresso muitas vezes a ele, principalmente quando os dias começam a ficar mais curtos e o frio aperta. Dão deixa de ser curioso: li-o no Verão; regresso a ele no Inverno. Talvez procure um pouco de calor nas suas palavras. Não sei. Sei apenas que o meu cansaço nunca mais foi o mesmo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois é Manuel... Esse é outra pessoa de Pessoa...
Gosto que voltes a ele no Inverno. Quando posso (leia-se em casa em Manteigas) gosto de o ler a olhar para o vale em dias cinzentos... e se houver um gin ao lado até sabe melhor!
Um abraço
Luis Bruno Tavares